quarta-feira, 30 de maio de 2012

Me Jogue aos Lobos e Voltarei Liderando a Matilha



Era agosto de 1991. Estava no Caminho de Santiago percorrendo a trilha no norte da Espanha. Tinha como companheiros três rapazes de Madri e um outro rapaz de Porto-Rico.
Eles caminhavam um pouco mais à minha frente e, num determinado momento, reparei que eles dispararam e faziam sinal para q eu corresse.
Não estava entendendo o que falavam, como poderia correr com estúpidos 9 kg de peso na mochila (não sabia ainda que deveria carregar somente 10% do meu peso corporal). Não precisei mais que alguns segundos para perceber que estava cercada por 4 (quatro) lobos.

GELEI!

Se correr, não aguentaria e eles me alcançariam logo. Não pareciam agressivos, ou eu não quis ver isso. Pensei: eles sentem o cheiro de quando temos medo, devem sentir também que não como carne, não sou predadora. 

Respirei fundo, mantive meu ritmo de caminhada e comecei a CANTAR mantendo o ritmo c meu cajado. Pensei, vou mostrar a eles quem é o líder. 

Cantei diversas canções seguidas pelos “lobos”. Eu me sentia pastoreando eles.. rsrsrsrs.

Depois de uns 15 minutos, avistei os “rapazes” sentados me esperando com a consciência pesada mas também sem coragem de voltar para saber o que podia ter me acontecido.

Parei, olhei para cada um dos quatro lobos e falei com voz de comando: 
- Agora vocês fiquem aqui por que aqueles lá tem medo! Adorei a companhia, vocês me ajudaram muito. Fiquem!

Acenei com o cajado e, creiam, eles obedeceram.

Aprendi:
- que o medo é maior na imaginação,
- na dúvida, no medo ou na dor, simplesmente CANTE e,
- se te abandonarem com os lobos, volte LIDERANDO a matilha.

domingo, 6 de maio de 2012

Em Cena, encena!


Há vários personagens dentro de mim, alguns chamariam “máscaras”. Prefiro “personagens”, personalidades, facetas, tipos de pessoas, que em algum momento de nossas vidas tivemos alguma interação, admiração,.. não sei. O personagem fica ali, como um curinga à postos. Quando precisamos representar um “tipo” numa determinada circunstância, resgatamos esse sujeito do inconsciente e o incorporamos.

Vivemos a cena como um laboratório teatral. Ao final, quando a cena acaba, percebemos o todo, ou a parte dele, e não temos muita certeza de como tivemos coragem de agir de tal modo, ou de onde tivemos ideia de agir assim, ou mesmo como tivemos coragem, ou força, para enfrentar isso ou aquilo.

Como cantou Fafá de Belém, dentro de mim mora um anjo...
...uma hippie, uma médica, uma professora, uma criança assustada, uma mulher resolvida, uma autodidata, uma guerreira, uma religiosa, uma santa, uma algoz,... uma louca, uma assustada, uma medrosa, uma intempestiva. Dentro de mim mora um anjo.

A cena acaba, saio do personagem, mergulho no banho, no travesseiro, no sono merecido dos justos... Cai uma lágrima ou um sorriso, não importa.

Vou para coxia, ensaiar o próximo ato. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maria Emilia Voss: Nos Tornando Super-Heróis

Maria Emilia Voss: Nos Tornando Super-Heróis: Nós somos super-heróis. Todos nós.. Esses dias eu cheguei no quarto da minha mãe e a vi se locomovendo até o banheiro com muita dificuldade...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Nos Tornando Super-Heróis


Nós somos super-heróis. Todos nós.. Esses dias eu cheguei no quarto da minha mãe e a vi se locomovendo até o banheiro com muita dificuldade. Fui até ela, segurei em meus braços e a acompanhante dela a apoiava também. Olhei bem para ela e imaginei que poderia estar fazendo um outro AVC. A coloquei na cama e, do quarto dela o meu eu já fui tirando a roupa, como o Super-homem fazia quando tirava a roupa de Clark Gable e, no segundo seguinte, eu já estava pronta, vestida para sair, com a cadeira de rodas voando até onde ela estava, descendo, pegando um taxi, chegando na emergência de um hospital, fazendo tomografia e tratando da internação no CTI.
Doze horas haviam se passado naqueles segundos.
Chego em casa! Tiro a roupa e a máscara de super-herói. Choro todos os medos dos mortais. Assumo o personagem da mãe que consola o filho que tem medo de perder a avó.  Respondo mensagens de alguns amigos. Onde está o Super-Herói?
Adormeço abraçada com meu filho. Uma noite fria como é a dor diante dos riscos. Não sei como aconteceu tudo. As vezes penso que os super-heróis são anjos ou espíritos de Luz que encarnam na gente numa situação limite, nos dando uma força e uma coragem que não mensurávamos que possuímos.
Ou pode ser que sejamos todos mesmo Super-Heróis em algum nível, quando a Fé, a certeza, o Amor Incondicional, nos eleva acima do que somos. Por que nos permitimos ser frágeis,sem ego, rendidos e contar só com Deus. Ele então nos dá a força de nos superarmos.. Ok Deus, é com Você agora! Obrigada Deus!! Por ter resgatado minha mãe e me feito instrumento de seu milagre!

domingo, 29 de abril de 2012

Maria Emilia Voss: LADUCÉU - A Evolução do Feminino

Maria Emilia Voss: LADUCÉU - A Evolução do Feminino: LADUCÉU -  O Pequeno Mundo de Laducéu             Os dias eram longos no pequeno mundo de Laducéu. Sempre claro e azuis, com as água...